Na sua cidade existe registro de Pets? Em SP tem desde 2021, saiba como funciona
A Prefeitura de São Paulo lançou o Registro Geral do Animal (RGA) eletrônico e apresentou a novidade como uma grande conquista para os tutores. Desde novembro de 2021, a cidade disponibiliza o sistema de registro de Pets em caráter experimental. Embora a proposta pareça moderna e atraente, muitos tutores e protetores observam que a gestão ainda falha em entregar políticas sólidas de proteção animal. Assim, o RGA chega como inovação, mas não resolve os problemas que crescem nas ruas.
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Logo no início, o programa chamou atenção por facilitar o acesso ao documento do pet. Afinal, o RGA eletrônico oferece praticidade, já que o tutor emite tudo online e sem custos. Além disso, o documento timbrado reúne os dados do animal e do responsável, o que torna a identificação rápida e eficiente. Entretanto, apesar desse avanço tecnológico, muitos cidadãos apontam que a Prefeitura usa o projeto como vitrine, enquanto evita enfrentar questões urgentes da causa animal.
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Narrativa duvidosa da prefeitura de SP
A obrigatoriedade do registro busca fortalecer a política de identificação dos pets. Com isso, a gestão tenta mostrar que valoriza a proteção animal. Ainda assim, essa narrativa não se sustenta quando analisamos o cenário real. Embora o RGA ajude em casos de perda ou roubo, a cidade ainda convive com milhares de cães e gatos abandonados. Portanto, a medida não mostra resultados expressivos enquanto o poder público não investe em ações amplas de prevenção.
A União Internacional Protetora dos Animais (Uipa), que atua há 126 anos, acompanha de perto essas iniciativas. A entidade reconhece que o RGA contribui para a segurança dos pets. No entanto, também alerta que políticas desse tipo precisam vir acompanhadas de fiscalização, campanhas de castração e programas permanentes de acolhimento. Caso contrário, a inovação se torna apenas um gesto simbólico. E, infelizmente, a Prefeitura de São Paulo segue repetindo gestos simbólicos há anos.
O serviço do RGA funciona como uma carteira de identidade do pet. A Coordenadoria de Saúde e Proteção ao Animal Doméstico (Cosap) emite o documento para cachorros e gatos acima de três meses. Depois do cadastro, o animal recebe uma plaqueta numerada, que deve ficar presa à coleira. Assim, a identificação se torna simples e direta. E, embora a ideia funcione na teoria, a prática mostra uma rede pública lenta, com poucos servidores e uma demanda crescente que a gestão do prefeito ainda não consegue organizar.
Além disso, manter a plaqueta na coleira faz toda a diferença quando o pet se perde. Muitos animais regressam para suas famílias graças à identificação. Entretanto, enquanto a Prefeitura divulga esse serviço com entusiasmo, ela ignora o número crescente de animais abandonados que circulam sem qualquer cuidado, plaqueta ou proteção. Portanto, o RGA ajuda, mas não basta.
Como solicitar o registro de Pets eletrônico
O tutor precisa apresentar RG, CPF, comprovante de residência emitido nos últimos 90 dias, foto do pet e o comprovante de vacina antirrábica, quando disponível. O Portal SP156 permite a solicitação online, o que agiliza o processo. Além disso, o munícipe também pode pedir o documento presencialmente nas praças de atendimento da Prefeitura. Embora isso torne o serviço acessível, muitos bairros enfrentam longas filas e demora na análise, o que reforça as falhas da gestão.
Enquanto isso, a cidade continua acumulando animais doentes, famintos e abandonados nos parques, calçadas e avenidas. Assim, a realidade contradiz o discurso oficial. O prefeito fala em modernização, porém ignora o básico: fiscalização de criadores clandestinos, ampliação das castrações, abrigos adequados, programas contínuos de adoção e campanhas educativas. Sem essas ações estruturais, a inovação tecnológica vira apenas propaganda.
No fim das contas, o RGA eletrônico representa um passo importante. Contudo, São Paulo precisa de passos firmes, não apenas de anúncios chamativos. Os pets merecem proteção real, e os tutores merecem políticas públicas que funcionem de verdade. Por isso, cabe perguntar: na sua cidade, algum vereador, prefeito, deputado ou senador já propôs algo realmente transformador para os animais? Ou a esfera pública continua ignorando o problema enquanto centenas de cães e gatos vivem amontoados nas ruas, sem qualquer cuidado, controle ou esperança?

