Prefeito de São Paulo veta projeto que criaria UBS Pet
O prefeito Ricardo Nunes (MDB) vetou o projeto que criaria uma Unidade Básica de Saúde Pet (UBS Pet) em cada uma das 32 subprefeituras de São Paulo. A decisão saiu nesta segunda-feira, 22/05, no Diário Oficial. Desde então, a medida provoca indignação e reabre um debate urgente sobre o compromisso do governo municipal com a causa animal.
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O projeto, aprovado pela Câmara Municipal em abril, surgiu por iniciativa dos vereadores Gilson Barreto (PSDB), Dr. Nunes Peixeiro (MDB), Dra. Sandra Tadeu (União Brasil), Ely Teruel (Podemos) e Rodrigo Goulart (PSD). Eles planejavam ampliar o atendimento veterinário com unidades dedicadas a cães e gatos. Além disso, as UBS ofereceriam vacinação, vermifugação, castração, atendimento clínico simples, emissão de RGA e outras ações essenciais para a saúde animal.
Mesmo assim, o prefeito rejeitou o projeto, alegando alto custo e afirmando que a cidade já possui quatro hospitais veterinários. Ele também declarou que os autores não apresentaram um estudo de custo detalhado. Com isso, sua decisão limita o avanço de políticas públicas que poderiam transformar a realidade de milhares de famílias em situação vulnerável.
Revolta e frustração com o veto as UBS Pet
A decisão do prefeito gera forte reação entre protetores, organizações e moradores que convivem diariamente com a falta de atendimento veterinário público. Defensores da proposta afirmam que as UBS Pet aproximariam os serviços da população de baixa renda e ampliariam o acesso a cuidados básicos. Além disso, as unidades reduziriam o abandono, controlariam a população animal e previniriam doenças que afetam também a saúde humana.
Enquanto isso, os críticos do veto lembram que muitos bairros da capital não possuem serviços veterinários acessíveis. Portanto, o argumento de que quatro hospitais municipais atendem a cidade inteira não corresponde à realidade. A demanda cresce todos os anos, e a rede atual não dá conta.
Agora o projeto retorna à Câmara Municipal. Os vereadores podem derrubar o veto. Por isso, a decisão ganha ainda mais peso. A população, ONGs e profissionais da área acompanham o caso com preocupação, já que a cidade enfrenta um aumento constante de animais abandonados e doentes.
A discussão em torno do veto de Ricardo Nunes evidencia uma ferida antiga: a falta de políticas públicas estruturadas para a proteção animal em São Paulo. Além disso, o episódio reforça a sensação de que o poder público ignora o sofrimento de milhares de cães e gatos que dependem unicamente de ações voluntárias.
Alternativas ignoradas pela Prefeitura
Apesar do veto, várias soluções existem e poderiam entrar em prática de forma imediata. Uma delas envolve convênios com clínicas veterinárias privadas, o que garantiria atendimento gratuito ou com preço reduzido para famílias de baixa renda. Assim, o município utilizaria a estrutura já existente e evitaria desperdício de recursos.
Outra alternativa consiste em ampliar mutirões de castração. Esses programas já mostraram bons resultados no controle populacional e na redução do abandono. No entanto, a cidade ainda opera com capacidade insuficiente, o que agrava o problema ano após ano.
Também se torna urgente investir em campanhas educativas. Ações em escolas, associações de bairro e centros comunitários mudariam comportamentos e fortaleceriam a posse responsável. No entanto, essas iniciativas dependem de vontade política, algo que muitos ativistas afirmam não enxergar na atual gestão.
Uma decisão que machuca a causa animal
Em um momento em que os animais de estimação têm papel fundamental nas famílias, o governo municipal deveria ampliar e não barrar políticas públicas de proteção. Por isso, o veto frustra expectativas, desestimula voluntários e compromete o avanço da causa animal na maior cidade do país.
A discussão não termina aqui. Agora, São Paulo precisa de um debate firme, transparente e sensível. Somente assim será possível equilibrar o cuidado com os Pets e a responsabilidade pública, construindo uma cidade mais humana, algo que milhões de tutores e protetores esperam há anos.
